No centro da escalada entre Israel e Irã, uma arma específica tem dominado os bastidores diplomáticos e militares: a MOP GBU-57 A/B, conhecida como “bomba destruidora de bunkers”. Com 14 toneladas e capacidade de penetrar até 61 metros de solo ou concreto reforçado, ela é considerada a única capaz de atingir instalações subterrâneas como a de Fordo, onde o Irã enriquece urânio a níveis próximos ao necessário para armas nucleares.
Construída sob uma montanha a cerca de 80 metros de profundidade, a instalação de Fordo é protegida por camadas de rocha e sistemas de defesa aérea russos e iranianos. Mesmo após ataques israelenses a outras bases, como Natanz, Fordo permanece intacta — e é justamente por isso que a MOP se tornou peça-chave no tabuleiro geopolítico.
Apesar de sua força aérea avançada, Israel não possui nem a bomba nem o avião necessário para lançá-la. A MOP só pode ser transportada pelo bombardeiro furtivo B-2 Spirit, operado exclusivamente pelos Estados Unidos. Isso coloca Washington no centro da decisão: ceder ou não a arma que pode redefinir o equilíbrio nuclear no Oriente Médio.
Embora a MOP não seja uma bomba nuclear, especialistas alertam que seu uso contra instalações de enriquecimento pode liberar material radioativo. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) já monitora os impactos dos ataques anteriores e teme que uma ofensiva contra Fordo possa gerar vazamentos perigosos.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pressiona os EUA por apoio direto. Enquanto isso, o Irã promete retaliação severa caso a bomba seja usada. A decisão de lançar ou não a MOP pode não apenas destruir uma instalação, mas também acelerar ou conter uma guerra regional.