O governo brasileiro instalou um grupo técnico para estudar a viabilidade de desenvolver um sistema nacional de geolocalização por satélite, similar ao GPS. A iniciativa surge em meio a tensões comerciais com os Estados Unidos, que anunciaram tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de agosto, gerando receios de que o sinal do sistema norte-americano seja restringido ao país.
O grupo reúne representantes de ministérios, da Aeronáutica e de instituições ligadas ao setor aeroespacial. O objetivo é identificar riscos associados à dependência de sistemas estrangeiros de navegação e propor alternativas viáveis, incluindo o desenvolvimento de um sistema regional exclusivo para o território brasileiro. O prazo para entrega do relatório é de 180 dias.
Especialistas alertam que, embora o sistema GPS seja operado pelos EUA, existem alternativas globais, como o Glonass (Rússia), Galileo (União Europeia) e BeiDou (China), além de modelos regionais adotados por Japão e Índia. Aparelhos celulares modernos, por exemplo, já operam com múltiplas constelações de satélites, o que reduz o impacto de eventuais bloqueios.
A proposta exige investimentos substanciais, capacidade industrial e autonomia tecnológica para fabricação e lançamento de satélites. Além da segurança nacional, a medida é vista como estratégica para setores como agricultura, aviação e telecomunicações.
