O governo brasileiro identificou recentemente três substâncias psicoativas inéditas em circulação no país, que já haviam sido detectadas em países como Canadá, Bélgica, França e Alemanha. A descoberta foi feita por meio do Sistema de Alerta Rápido sobre Drogas (SAR), ferramenta vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, que monitora a presença de novas drogas e alterações em compostos já conhecidos.
Duas dessas substâncias estão presentes no produto conhecido como Magic Mushroom Gummies, uma goma com propriedades alucinógenas que já circulava em países da América do Sul e Europa. A terceira é um opioide sintético chamado N-pirrolidino protonitazeno, com alto potencial de dependência e risco à saúde pública. O Brasil incluiu as três substâncias em sua lista de controle apenas 19 dias após a notificação oficial, demonstrando agilidade no processo regulatório.
O SAR atua como subsistema do Sisnad (Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas) e é gerenciado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad). Seu objetivo é captar, analisar e disseminar rapidamente informações sobre novas substâncias, adulterações e mudanças na forma de apresentação de drogas que possam representar ameaça à saúde ou à segurança pública.
O opioide identificado pertence à classe dos totalmente sintéticos, fabricados em laboratório para simular os efeitos do ópio. Diferente dos opiáceos naturais, como morfina e codeína, e dos semi-sintéticos, como a heroína, esses compostos não têm origem vegetal e são criados exclusivamente por processos químicos. Embora tenham aplicação médica em ambientes hospitalares, seu uso recreativo é altamente perigoso e pode levar à dependência severa.
A rápida inclusão dessas substâncias nos controles nacionais é considerada estratégica para conter a expansão do mercado ilegal e prevenir danos à população. O governo reforça que o monitoramento contínuo e a cooperação internacional são essenciais para enfrentar o surgimento de novas drogas sintéticas.
