Brasil inicia produção nacional de vacina contra vírus sincicial respiratório

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Foto: Tony Winston/Agência Brasília

O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (10) uma parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica Pfizer para viabilizar a produção nacional da vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR). A iniciativa prevê a entrega de 1,8 milhão de doses até o final de 2025, com início da distribuição na rede pública a partir da segunda quinzena de novembro.

A vacina será aplicada em dose única em gestantes a partir da 28ª semana de gravidez. A estratégia de imunização materna tem como objetivo garantir a transferência de anticorpos ao bebê, oferecendo proteção nos primeiros meses de vida — período de maior vulnerabilidade às infecções causadas pelo VSR. O vírus é responsável por 80% dos casos de bronquiolite e por 60% das pneumonias em crianças com menos de dois anos. Dados do Ministério da Saúde indicam que cerca de 20 mil bebês com menos de um ano são internados anualmente por complicações relacionadas ao VSR. Entre os prematuros, a taxa de mortalidade é sete vezes maior do que entre os nascidos a termo.

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A estimativa oficial é que a vacina possa prevenir até 28 mil internações por ano e beneficiar cerca de 2 milhões de recém-nascidos. A incorporação do imunizante ao Sistema Único de Saúde (SUS) já havia sido confirmada em fevereiro, e agora avança com a produção local, fortalecendo a autonomia nacional na área de imunobiológicos.

Além da vacina contra o VSR, o Brasil também passará a produzir o natalizumabe, medicamento biológico utilizado no tratamento da esclerose múltipla. A transferência de tecnologia será feita pela farmacêutica Sandoz para o Instituto Butantan, por meio de uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP). O natalizumabe é indicado para pacientes com a forma remitente-recorrente de alta atividade, que representa cerca de 85% dos casos da doença. Embora o medicamento esteja disponível no SUS desde 2020, atualmente há apenas um fabricante com registro no país.

A esclerose múltipla é uma condição autoimune que afeta o sistema nervoso central, comprometendo a condução de impulsos elétricos e impactando funções motoras e cognitivas. A ampliação da produção nacional do natalizumabe busca garantir maior estabilidade no fornecimento e reduzir a dependência de importações, especialmente diante de desafios enfrentados durante a pandemia e de tarifas aplicadas a exportações brasileiras.

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