O governo brasileiro abriu diálogo com autoridades norte-americanas para negociar a prorrogação do início da cobrança de tarifas sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos. A medida, anunciada pela administração do presidente Donald Trump, prevê taxação de até 50% sobre diversos itens industriais e agrícolas a partir desta semana.
A decisão de buscar mais prazo foi discutida durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social, em Brasília, nesta terça-feira (5), com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e representantes de setores afetados. Entre os segmentos mais prejudicados estão a fruticultura, vinicultura, indústria química e de metais.
Durante o encontro, membros do setor produtivo alegaram que o curto espaço de tempo entre o anúncio da taxação e sua implementação ameaça contratos internacionais em curso e pode gerar prejuízos expressivos no segundo semestre. Lula confirmou disposição de conversar diretamente com Trump para negociar os prazos, mas reafirmou que “instituições brasileiras não estão sujeitas a barganhas comerciais”.
No plenário do Itamaraty, lideranças sindicais também solicitaram que o governo agilize a criação de uma linha emergencial de crédito para exportadores e incentive rotas alternativas de comércio, sobretudo com países do Mercosul e Ásia.
O Palácio do Planalto indicou que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, acompanhará pessoalmente as tratativas diplomáticas com Washington, e que um memorando sobre os impactos das tarifas será enviado ao Departamento de Estado até sexta-feira (8).