O Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) autorizou nesta segunda-feira (4) que o Brasil inicie uma consulta formal à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra o pacote de tarifas anunciado pelos Estados Unidos. A decisão foi confirmada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. A medida ainda depende de definição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que decidirá o momento e a forma de acionar o organismo internacional.
As tarifas impostas pelo governo norte-americano, sob liderança de Donald Trump, atingem produtos como suco de laranja, carne e aço, com alíquota de 50%. A nova política comercial entra em vigor no dia 6 de agosto. O governo brasileiro considera que as medidas são prejudiciais às exportações nacionais e busca respaldo jurídico internacional para contestá-las.
A consulta à OMC representa a etapa inicial de uma possível disputa comercial. Caso não haja acordo entre os países envolvidos, o Brasil poderá solicitar a instalação de um painel de arbitragem para avaliar a legalidade das tarifas. O processo segue os protocolos estabelecidos pela organização para resolução de conflitos comerciais entre seus membros.
O Ministério do Desenvolvimento tem realizado reuniões com representantes dos setores impactados pelas tarifas. Segundo Alckmin, o objetivo é ouvir as demandas e preparar estratégias de defesa comercial. A secretária-executiva da Camex, Mariana Assis, informou que alguns produtos foram retirados da lista tarifária, o que reduziu o escopo das negociações com os Estados Unidos