Brasil recupera status sanitário e corre para reconquistar mercado do frango

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Imagem Divulgação

Após 28 dias sem novos registros de gripe aviária em granjas comerciais, o Brasil se declarou oficialmente livre da doença nesta quarta-feira (18), abrindo caminho para a reabilitação do país junto aos principais importadores de carne de frango do mundo. A confirmação foi feita pelo Ministério da Agricultura, que notificou a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e iniciou contato com os países que impuseram embargos sanitários desde o surto ocorrido em Montenegro (RS), no mês de maio.

A liberação do status sanitário só foi possível após o cumprimento do chamado “vazio sanitário” — um período de 28 dias iniciado após a desinfecção completa da granja afetada no Rio Grande do Sul. Durante esse tempo, o país não registrou novos focos em criações comerciais, uma exigência da OMSA para a revogação das restrições comerciais.

Apesar de novos casos da doença terem sido investigados em estados como Goiás, Santa Catarina e Minas Gerais, todos foram descartados. No total, desde o primeiro surto em aves comerciais, o Ministério da Agricultura analisou seis suspeitas em granjas — e nenhuma confirmou reinfecção.

Mesmo com a liberação oficial, o retorno do Brasil ao mercado internacional não será imediato. Países como China, Japão, União Europeia e Arábia Saudita ainda mantêm embargos totais ou parciais, que agora dependem de avaliações técnicas próprias e análises de risco.

Em maio, as exportações de carne de frango caíram 13% em relação ao mesmo mês de 2024. A expectativa do governo é que os bloqueios sejam gradualmente substituídos por restrições geográficas, limitadas às áreas mais afetadas. A China, maior compradora do produto brasileiro, pode ser uma das primeiras a rever a proibição.

O ministro Carlos Fávaro destacou que, embora não haja motivo para comemoração diante de uma crise sanitária, o episódio reforça a eficiência do serviço veterinário oficial. Segundo ele, o país respondeu com “transparência e agilidade”, sinalizando ao mundo que é possível manter a confiança na produção nacional mesmo diante de ameaças sanitárias.

Atualmente, o Brasil é o maior exportador de carne de frango do planeta, e o episódio de Montenegro foi o primeiro e único foco em criações comerciais da história do país. Até então, os registros ocorriam apenas em aves silvestres ou domésticas, com impacto limitado nas exportações.

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