Brasil retoma produção nacional de insulina após duas décadas

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Foto: Ricardo Stuckert/PR

O Ministério da Saúde oficializou nesta sexta-feira (11) o retorno da produção nacional de insulina, após mais de 20 anos de dependência externa. A iniciativa ocorre por meio de uma parceria entre a Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Minas Gerais, e a empresa brasileira Biomm, com apoio da farmacêutica indiana Wockhardt, responsável pela transferência de tecnologia.

A cerimônia de recebimento do primeiro lote nacional foi realizada na fábrica da Biomm, em Nova Lima, com a presença do ministro Alexandre Padilha. Foram distribuídas 207.385 unidades, sendo 67.317 frascos de insulina regular e 140.068 de insulina NPH, destinadas ao abastecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

A meta do governo é produzir anualmente 45 milhões de doses, cobrindo 50% da demanda nacional de insulina regular e NPH usada na rede pública. Estima-se que cerca de 10% da população brasileira convive com diabetes, sendo uma parcela dependente do uso contínuo da medicação.

O investimento de R$ 142 milhões nesta transferência tecnológica está integrado à Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, que visa aumentar a soberania e diminuir a vulnerabilidade em medicamentos essenciais.

Além das insulinas NPH e regular, o Ministério da Saúde aprovou em 2025 uma nova Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) para viabilizar a produção nacional de insulina glargina, em colaboração com Bio-Manguinhos (Fiocruz) e a farmacêutica chinesa Gan & Lee. A estimativa inicial é fabricar 20 milhões de frascos, ampliando a oferta para o tratamento de diabetes tipo 1 e tipo 2 pelo SUS.

A previsão é que, entre 2025 e 2026, sejam entregues 8 milhões de unidades de insulina, em diferentes formatos, como frascos e canetas.

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