Faltando menos de uma semana para o prazo final estipulado pelo governo dos Estados Unidos, o Brasil ainda não formalizou um acordo comercial com Washington. O impasse coloca em risco bilhões de dólares em exportações e afeta diretamente setores estratégicos como petróleo, café, aço e aviação.
A tarifa proposta pelo governo norte-americano pode chegar a 50% sobre produtos importados do Brasil, impactando principalmente o petróleo bruto (12% das exportações aos EUA), ferro e aço semiacabados (9,7%), café não torrado (5,8%) e aeronaves e equipamentos (5,2%). A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) alerta para um prejuízo de até US$ 5,8 bilhões (R$ 32,1 bilhões) no agronegócio.
Enquanto outras economias como Japão, Vietnã, Indonésia, Reino Unido e União Europeia conseguiram acordos bilaterais e reduziram tarifas — alguns para até 15% — o Brasil permanece isolado. O cenário é agravado por tensões diplomáticas entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, especialmente após o julgamento de Jair Bolsonaro no STF.
Negociações aceleradas em outros países
Diversas nações têm intensificado suas tratativas com os EUA:
- México busca proteger seu principal mercado externo, responsável por 80% das exportações.
- Canadá tenta diversificar parcerias comerciais após ameaça de tarifa de 35%.
- Coreia do Sul prepara pacote de investimentos de US$ 100 bilhões em setores como baterias e construção naval.
- Índia e Taiwan também negociam com Washington para evitar impactos sobre empregos e setores industriais.
Diante da iminente aplicação das tarifas, o governo brasileiro corre para concluir um plano de mitigação com crédito subsidiado para exportadores. Paralelamente, surgem rumores sobre possíveis sanções adicionais de autoridades norte-americanas contra o Brasil.