Uma pesquisa conduzida pela consultoria Bain & Company revelou que os brasileiros passam, em média, mais de 9 horas por dia conectados à internet. Desse total, ao menos 3 horas são dedicadas exclusivamente às redes sociais, colocando o Brasil acima da média global em termos de tempo de exposição digital.
O levantamento, parte do estudo Consumer Pulse, também indica um aumento na insatisfação da população com a chamada “hiperconexão”. Segundo os pesquisadores, há uma mudança de comportamento em curso, marcada pelo desejo crescente de estabelecer limites e promover um uso mais equilibrado da tecnologia.
Para Marcelo Tripoli, especialista em inovação citado no estudo, o Brasil se destaca historicamente como uma das populações mais receptivas a novas plataformas digitais. Ele atribui o fenômeno à curiosidade dos usuários, à facilidade de adaptação a tecnologias emergentes e ao uso intensivo de smartphones durante deslocamentos urbanos.
A chegada de ferramentas baseadas em inteligência artificial, como o ChatGPT, é apontada como novo fator de engajamento. Segundo Tripoli, as interações personalizadas e constantes promovidas por essas tecnologias ampliam ainda mais o tempo de exposição digital. Ele alerta para a necessidade de avaliar a chamada “dieta digital”, distinguindo atividades produtivas (como cursos e estudos) de práticas consideradas passivas ou recreativas.
A pesquisa também destaca um crescimento na preocupação com a saúde digital, impulsionando o uso de ferramentas de monitoramento de tempo de tela oferecidas por celulares. A recomendação dos especialistas é que os usuários acompanhem e reajam ativamente a seus padrões de consumo online, buscando uma convivência mais saudável com os meios digitais.
