O atacante do Flamengo, Bruno Henrique, será julgado no próximo dia 4 de setembro pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), acusado de manipulação de resultado ao supostamente forçar um cartão amarelo para beneficiar apostadores. O caso envolve a partida contra o Santos, válida pelo Campeonato Brasileiro de 2023.
O julgamento será conduzido pela Quarta Comissão Disciplinar do STJD. Bruno Henrique foi enquadrado no artigo 243 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que trata de condutas fraudulentas ou desleais com o objetivo de influenciar o resultado de uma partida. Se condenado, o jogador pode ser suspenso por até 360 dias e receber multa de R$ 100 mil.
Investigação e mensagens comprometedoras
O caso veio à tona após investigação da Polícia Federal, que indiciou Bruno Henrique em 14 de abril por suspeita de fraude em competição esportiva. Além do jogador, outras dez pessoas são investigadas. O clube Flamengo afirmou não ter sido oficialmente comunicado sobre o caso.
Durante a apuração, os agentes apreenderam o celular de Wander Nunes Pinto Júnior, irmão do atleta, e analisaram 3.989 mensagens trocadas no WhatsApp. Algumas conversas sugerem que o cartão amarelo recebido por Bruno Henrique no jogo contra o Santos teria sido premeditado:
Wander: “O tio você está com 2 cartão no brasileiro?”
Bruno Henrique: “Sim”
Wander: “Quando (o) pessoal mandar tomar o 3 liga nós hein kkkk”
Bruno Henrique: “Contra o Santos”
Wander: “29 de outubro. Será que você vai aguentar ficar até lá sem cartão kkkkkk”
Bruno Henrique: “Não vou reclamar. Só se eu entrar forte em alguém”
Defesa e presunção de inocência
Desde o início das investigações, Bruno Henrique nega qualquer envolvimento com manipulação de apostas e afirma ser inocente. A defesa do jogador sustenta que o cartão foi aplicado em um lance comum de jogo e que não houve intenção de influenciar o resultado da partida.