Um novo estudo publicado em junho no periódico The Journal of Nutrition associa o consumo de café preto, sem açúcar e sem adição de creme, a um menor risco de morte por todas as causas. A pesquisa analisou dados de mais de 46 mil adultos nos Estados Unidos, coletados entre 1999 e 2018, por meio da Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição (NHANES).
De acordo com os resultados, ingerir uma a duas xícaras de café com cafeína por dia está relacionado a uma redução de até 16% na mortalidade geral. Essa taxa chegou a 17% entre aqueles que consumiam de duas a três xícaras diárias. No entanto, o efeito benéfico deixou de crescer entre os que bebem mais de três xícaras por dia.
O estudo também destaca que os melhores resultados foram registrados entre os consumidores de café com baixo teor de açúcar adicionado e gordura saturada — ou seja, café preto e sem creme. Nesses casos, o risco de morte por todas as causas foi 14% menor em comparação aos que não consumiam café. Por outro lado, não foi observada a mesma relação positiva entre consumidores de café com altos níveis de açúcar e gordura saturada.
Fang Fang Zhang, autora sênior do estudo e pesquisadora da Tufts University, explica que os compostos bioativos presentes no café podem contribuir para os efeitos protetivos. No entanto, ela ressalta que o acréscimo de ingredientes como açúcar e creme tende a anular parte dos benefícios.
Os autores lembram que os dados sobre alimentação foram autorrelatados pelos participantes, o que pode gerar imprecisões. Ainda assim, defendem que os achados estão alinhados com diretrizes alimentares que recomendam moderação no consumo de açúcares e gorduras saturadas.
O levantamento considerou também causas específicas de morte, como câncer e doenças cardiovasculares, embora o efeito protetivo tenha sido mais evidente para causas gerais. A relação entre o consumo de café e a mortalidade cardiovascular foi mais forte com até três xícaras diárias, mas perdeu força entre consumidores mais assíduos.