Caprichoso e Garantido dividem Parintins em celebração folclórica marcada por cores, tradição e rivalidade

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Imagem: Divulgação

No coração da Amazônia, a cidade de Parintins se transforma todos os anos no palco da mais emblemática disputa cultural do país: o Festival Folclórico de Parintins. Durante três noites de junho, a ilha se colore de azul e vermelho, em referência às duas agremiações que protagonizam o evento — Caprichoso e Garantido.

Desde sua criação, há quase seis décadas, o festival não é apenas uma competição, mas um retrato vivo da identidade cultural amazônica. A rivalidade entre os bois é sentida por toda a cidade: faixas de pedestre, fachadas de casas, placas de sinalização e até carrinhos de supermercado ganham as cores dos bois. A divisão territorial, embora simbólica, também é visível — com bairros tradicionalmente ligados a uma ou outra agremiação, mesmo que essa separação tenha se tornado menos rígida com o tempo.

A arena onde ocorrem as apresentações, o Bumbódromo, foi construída em formato de cabeça de boi e comporta até 25 mil pessoas. Cada apresentação dura entre 2h e 2h30, em um espetáculo cuidadosamente elaborado com cenários grandiosos, toadas envolventes, danças, personagens folclóricos e enredos temáticos. Enquanto um boi se apresenta, o outro mantém absoluto silêncio na arena — uma tradição respeitada pelas “galeras” (torcidas), sob risco de penalização.

Em 2025, o Caprichoso entra em cena com o tema “É tempo de retomada”, enquanto o Garantido defende o enredo “Boi do povo, boi do povão”. A disputa pelo título segue acirrada: o Caprichoso busca seu tetracampeonato consecutivo, enquanto o Garantido mira seu 33º título.

Mais que espetáculo, o Festival de Parintins representa tradição, pertencimento e resistência cultural. A celebração atrai mais de 120 mil visitantes por edição e é reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil, impactando profundamente a economia e o turismo da região.

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