A oferta de debêntures incentivada cresceram 39,3% no ano até maio e alcançaram R$ 62,5 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Em nota, o coordenador da Comissão de Renda Fixa da Anbima, Cristiano Cury, disse que “esse fluxo robusto de captação ao longo do ano evidencia a confiança das empresas, que contam com o instrumento como alternativa de financiamento de longo prazo, e também dos investidores que querem diversificar suas carteiras”.
Porém, mesmo com essa alta, as empresas captaram R$ 8,9 bilhões em maio, o que representa uma queda de 20,58% na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando alcançaram os R$ 11,2 bilhões.
Os setores de transporte e logística e energia elétrica respondem pela maior fatia das captações nos primeiros cinco meses do ano, seguidos de saneamento e TI e Telecomunicações.
As debêntures incentivadas são destinadas a empresas que tenham algum projeto de infraestrutura que beneficie a sociedade. Por isso, esse tipo de título contava com o incentivo da isenção de Imposto de Renda (IR).
Mas, com a medida provisória (MP) publicada pelo governo na semana passada para recalibrar o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), as debêntures incentivadas, assim como as LCIs, LCAs, CRIs e CRAs, passam a ter IR de 5% sobre os rendimentos nas emissões a partir de 1º de janeiro de 2026.
Menos incentivadas agora, essas debêntures podem ter um crescimento na demanda até dezembro, segundo especialistas, para que o estoque não seja tributado.