Durante coletiva realizada nesta terça-feira (9), a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, declarou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está disposto a utilizar “meios econômicos e militares” para proteger a liberdade de expressão em escala global. A afirmação foi feita em resposta a questionamentos sobre possíveis medidas adicionais contra o Brasil, caso o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro resulte em condenação.
Leavitt classificou a liberdade de expressão como “a questão mais importante dos nossos tempos” e indicou que o governo norte-americano acompanha de perto o processo em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), que julga Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado. Apesar da declaração, a porta-voz informou que, até o momento, não há novas ações previstas contra o governo brasileiro.
O julgamento no STF envolve acusações de cinco crimes, incluindo tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. As penas somadas podem chegar a até 43 anos de prisão, caso os réus sejam condenados com agravantes.
Entre os acusados estão ex-integrantes do governo Bolsonaro e das Forças Armadas, como Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira, Braga Netto, Almir Garnier, Alexandre Ramagem e o próprio ex-presidente. O relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, já votou pela condenação de todos os réus, apontando Bolsonaro como líder da organização criminosa.
A declaração da Casa Branca ocorre em meio a tensões diplomáticas e pode influenciar o posicionamento internacional sobre o desfecho do julgamento. O governo dos Estados Unidos já havia adotado medidas anteriores contra o Brasil, e a nova manifestação reforça o tom de alerta em relação à condução do processo judicial.