O governo do Ceará publicou nesta quinta-feira (4) o Decreto 36.828/2025, declarando situação de emergência econômica em razão das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A medida reconhece oficialmente o impacto da política comercial norte-americana como fator de risco para a estabilidade produtiva do estado.
Com 44% de suas exportações destinadas ao mercado americano, o Ceará é o estado mais afetado pelas novas tarifas. Entre os produtos atingidos estão itens da siderurgia, frutas tropicais, pescados e pás eólicas. Mais de 90% da pauta exportadora cearense para os EUA ficou fora da lista de exceções e será integralmente taxada.
Para mitigar os efeitos da medida, o governo estadual lançou um edital emergencial voltado a empresas do setor alimentício. O programa prevê a compra pública de mel, castanha, filé de peixe, água de coco e cajuína, desde que as empresas comprovem queda nas exportações em relação à média do segundo semestre de 2024. O prazo para inscrição se encerra nesta sexta-feira (5).
A iniciativa busca preservar empregos e garantir liquidez às empresas afetadas, especialmente nas regiões litorâneas e no interior do estado. O decreto também abre caminho para novas ações de crédito, renegociação de dívidas e incentivos fiscais temporários.
A medida ocorre em meio ao agravamento das tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos, após a implementação do chamado “tarifaço” por parte do governo norte-americano. O impacto sobre a balança comercial brasileira ainda está sendo avaliado por técnicos do Ministério da Fazenda.
