Charge publicada pela revista LeMan gera prisões e protestos na Turquia

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Foto: REUTERS/Dilara Senkaya
Foto: REUTERS/Dilara Senkaya

Quatro membros da equipe da revista satírica LeMan foram presos preventivamente após a publicação de uma charge que, segundo o governo turco, retrataria o profeta Maomé — algo considerado blasfêmia por muitas correntes do islamismo. A informação foi confirmada pelo ministro da Justiça, Yilmaz Tunc, nesta quarta-feira (2).

A controvérsia da charge

  • A imagem mostra dois personagens com asas se cumprimentando no céu sobre uma cidade bombardeada.
  • Um deles é chamado Muhammad, o outro Musa (Moisés).
  • O cartunista Dogan Pehlevan afirma que a obra representa um civil muçulmano morto em Gaza, e não o profeta Maomé.
  • “Queria falar de paz com esse desenho”, declarou Pehlevan em depoimento à polícia.

Reações e prisões

  • O presidente Recep Tayyip Erdogan classificou a charge como uma “provocação vil” e um “crime de ódio”.
  • A Promotoria de Istambul abriu investigação por “insulto público a valores religiosos”.
  • Além dos quatro detidos, dois mandados de prisão foram emitidos para suspeitos fora do país.
  • A sede da revista foi vandalizada e um bar frequentado por seus jornalistas foi atacado por manifestantes.

Protestos e polarização

  • Cerca de 300 pessoas se reuniram nos arredores da Mesquita Taksim, em Istambul, entoando frases como “não se esqueçam do Charlie Hebdo”.
  • A LeMan, conhecida por sua crítica ao governo, nega que a charge represente o profeta e afirma que foi mal interpretada.

Esse episódio reacende o debate sobre liberdade de expressão na Turquia, país que ocupa posição baixa no Índice de Liberdade de Imprensa da Repórteres Sem Fronteiras.

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