Os Estados Unidos estão prontos para entrar em guerra com a China, se necessário, afirmou o secretário de Defesa, Pete Hegseth, durante uma entrevista à Fox News nesta quarta-feira (6). A declaração foi uma resposta direta à Embaixada Chinesa nos EUA, que afirmou que Pequim estava disposta a lutar “qualquer tipo de guerra” em meio às recentes disputas comerciais entre os dois países.
“Estamos preparados”, disse Hegseth, destacando que “aqueles que buscam a paz devem se preparar para a guerra”. Ele explicou que o governo dos EUA tem investido na reestruturação das Forças Armadas e na restauração da “dissuasão no ethos guerreiro” para manter a superioridade militar.
Tensão crescente entre EUA e China
A entrevista ocorre em um momento de crescente tensão entre Washington e Pequim, após a decisão do presidente Donald Trump de aumentar as tarifas sobre as importações chinesas de 10% para 20%. A China reagiu rapidamente, aumentando suas tarifas sobre uma série de produtos agrícolas dos EUA e impondo restrições a 25 empresas norte-americanas, alegando riscos à segurança nacional.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, reforçou a posição do país: “Se os EUA querem guerra, seja tarifária, comercial ou de qualquer outro tipo, estamos prontos para lutar até o fim”. A China também apresentou uma queixa à Organização Mundial do Comércio (OMC), alegando que as tarifas norte-americanas violam as normas do comércio internacional e pedindo uma solução diplomática para o impasse.
Impactos globais da disputa econômica
A escalada das tensões remonta à guerra comercial iniciada em 2018, no primeiro mandato de Trump, quando os EUA impuseram tarifas sobre produtos chineses alegando práticas comerciais desleais e roubo de propriedade intelectual. Pequim retaliou, o que gerou instabilidade nos mercados globais e afetou cadeias de suprimentos em diversos setores.
Hegseth destacou que manter uma força militar robusta é essencial para evitar conflitos. “Se quisermos impedir a guerra com os chineses ou outros, temos que ser fortes”, afirmou. Apesar do tom belicoso, o secretário do Pentágono ressaltou que Trump mantém um “ótimo relacionamento” com o presidente chinês, Xi Jinping, e que os EUA continuarão buscando cooperação sempre que possível. Contudo, ele reforçou que o Departamento de Defesa dos EUA tem como missão garantir a prontidão militar diante de qualquer eventualidade.
Com os dois países intensificando suas rivalidades em diversas áreas — economia, tecnologia e geopolítica — analistas alertam que a tensão pode aumentar ainda mais, com consequências imprevisíveis para a estabilidade global, como aponta uma reportagem do canal russo RT.
Fonte: Redação