A China foi responsável por 85% das exportações brasileiras de soja em agosto, totalizando 8 milhões de toneladas embarcadas para o país asiático. No acumulado de janeiro a agosto, os envios somaram quase 66 milhões de toneladas, consolidando o maior volume já registrado para o período.
O aumento da demanda chinesa ocorre em meio à suspensão das compras de soja dos Estados Unidos, após a imposição de tarifas de 23% por Pequim. Desde março, nenhuma carga americana foi adquirida, o que abriu espaço para o Brasil ampliar sua participação no mercado global.
Com a colheita recorde da safra 2024/25, os prêmios de exportação nos portos brasileiros permanecem elevados, mesmo em meses tradicionalmente dominados pelos embarques norte-americanos. A valorização interna da oleaginosa também se manteve estável, contrariando expectativas de queda devido à recomposição dos estoques globais.
A projeção para os próximos meses indica continuidade no ritmo de embarques, com estimativa de 110 milhões de toneladas exportadas até o fim da temporada. Especialistas alertam, no entanto, que uma eventual retomada das negociações entre Washington e Pequim pode reverter o cenário, pressionando os preços e os prêmios nos portos brasileiros.
Atualmente, apenas 20% da soja da safra 2025/26 está com preço fixado, o que representa risco para os produtores diante de possíveis mudanças no mercado internacional.