O Ministério das Relações Exteriores da China se posicionou contra a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Em coletiva de imprensa, a porta-voz Mao Ning afirmou que o uso de tarifas como instrumento de coerção ou interferência em assuntos internos de outros países viola os princípios da Carta da ONU.
“Igualdade soberana e não interferência em assuntos internos são princípios fundamentais da Carta da ONU e normas básicas das relações internacionais”, declarou Mao Ning.
A crítica veio após Trump anunciar a medida em uma carta publicada na rede Truth Social, endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na qual o republicano atribui a decisão à postura do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Lula promete reação e cita Lei da Reciprocidade
O presidente Lula afirmou que, caso não haja acordo até o prazo estipulado, o Brasil aplicará a Lei da Reciprocidade, aprovada em abril, que permite retaliações comerciais proporcionais a medidas unilaterais que prejudiquem a competitividade brasileira.
“Se ele impuser 50% de tarifa sobre nós, faremos o mesmo”, disse Lula em entrevista.
Além disso, o governo brasileiro pretende acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) e buscar apoio de outros países afetados pelas tarifas para uma ação conjunta.