Nesta quarta-feira (3), o presidente da China, Xi Jinping, lidera o maior desfile militar já realizado pelo país, em uma demonstração de força que busca consolidar a imagem de Pequim como protagonista de uma nova ordem internacional. O evento marca os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial com a derrota do Japão, celebrado como o “Dia da Vitória”.
Mais de 20 líderes internacionais confirmaram presença, incluindo o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un — que participa pela primeira vez de um desfile militar na China em seis décadas, segundo informações da Reuters.
Tecnologia militar e alianças estratégicas
O desfile terá como destaque armamentos de última geração, como mísseis hipersônicos e drones. Para analistas, a presença conjunta de Xi, Putin, Kim Jong Un e o presidente iraniano Masoud Pezeshkian projeta a formação de um bloco alternativo, em contraste com as potências ocidentais.
Contexto de incerteza nos EUA
O evento ocorre em meio a dúvidas sobre o papel global dos Estados Unidos. O presidente Donald Trump tem adotado uma postura mais isolacionista, reduzindo a ajuda externa, se afastando de instituições multilaterais e intensificando disputas comerciais com aliados e rivais.
A guerra da memória e o legado histórico
Além da exibição militar, o desfile é parte de uma estratégia simbólica conhecida como “guerra da memória”, que busca reconfigurar a narrativa histórica da Segunda Guerra Mundial. Xi Jinping tem destacado o papel da China na resistência à invasão japonesa como um marco da “grande revitalização da nação chinesa”, reforçando o legado de luta contra o fascismo ao lado da Rússia.