O governo da China anunciou restrições à exportação de tecnologias essenciais para baterias de veículos elétricos (VEs), como parte de uma estratégia para fortalecer sua liderança no setor e proteger interesses econômicos nacionais. A medida foi publicada pelo Ministério do Comércio e inclui tecnologias usadas na produção de cátodos de LFP (lítio-ferro-fosfato), além de processos relacionados ao refinamento e extração de lítio, recurso central para baterias modernas.
A nova regra exige licença oficial para qualquer transferência internacional dessas tecnologias, seja por meio de comércio, investimento ou cooperação técnica, ampliando o controle do país sobre uma cadeia produtiva que representa 94% da produção global de baterias LFP e 70% do lítio processado mundial.
Fabricantes chineses de baterias, como CATL, BYD e Gotion, dominam cerca de 67% do mercado global de baterias para veículos elétricos. A mudança gera incertezas sobre a expansão internacional dessas empresas, especialmente em locais como União Europeia, Sudeste Asiático e Estados Unidos, onde há planos para instalação de fábricas e fornecimento local.
Apesar das restrições, especialistas apontam que o impacto inicial pode ser limitado, pois muitas dessas empresas já atuam fora da China com foco na montagem final — e não nos processos tecnológicos agora regulados.
A decisão reflete o aprofundamento da disputa tecnológica entre China e Estados Unidos, incluindo episódios recentes de tarifas sobre produtos chineses e restrições sobre elementos de terras raras, usados em setores estratégicos como defesa e eletrônicos.
Analistas afirmam que a medida pode impulsionar esforços dos EUA e da UE para desenvolver capacidades locais em processamento de metais e produção de insumos para baterias, reduzindo a dependência da China.