Um estudo apresentado no congresso Sleep 2025 e publicado no periódico Sleep indicou que cochilos prolongados durante o dia podem estar ligados a um risco aumentado de mortalidade em adultos de meia-idade e idosos. A pesquisa foi conduzida por cientistas do Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, e analisou dados de mais de 86 mil pessoas com idade média de 63 anos.
Os participantes não eram trabalhadores noturnos e foram acompanhados por meio de actigrafia — método que registra movimentos corporais — durante sete dias. Os dados indicaram que indivíduos que cochilavam por mais tempo entre 9h e 19h, com padrões de sono diurno irregulares ou sonecas próximas ao meio-dia e início da tarde, apresentaram risco mais elevado de mortalidade, mesmo após ajustes para fatores como estilo de vida, saúde preexistente, índice de massa corporal e consumo de álcool e tabaco.
A recomendação da Academia Americana de Medicina do Sono é que adultos saudáveis limitem cochilos a 20 a 30 minutos no início da tarde. Segundo os pesquisadores, sonecas mais longas podem induzir à chamada “inércia do sono”, com sonolência prolongada após acordar, o que reduz os benefícios imediatos da pausa.
Apesar dos achados, os autores alertam para possíveis limitações metodológicas. A actigrafia não diferencia perfeitamente entre sono e repouso sem movimento, o que pode ter gerado erros de classificação. Além disso, o intervalo de tempo considerado como cochilo diurno (9h às 19h) pode ter incluído partes do sono principal de alguns participantes, interferindo na análise.
Ainda assim, os resultados reforçam a importância de considerar os padrões de sono diurno na avaliação da saúde geral de adultos mais velhos.