O comércio formal no Brasil alcançou receita operacional líquida de R$ 7,1 trilhões em 2023, segundo dados da Pesquisa Anual de Comércio (PAC) divulgados pelo IBGE. O setor também registrou crescimento no número de empregos, com 10,5 milhões de pessoas ocupadas, o segundo maior nível desde 2007. O aumento foi de 2,6% em relação ao ano anterior, com 267,8 mil novos postos de trabalho.
O varejo concentrou 72,7% dos empregos no comércio, com 7,7 milhões de trabalhadores. O atacado empregou dois milhões de pessoas, o maior número da série histórica, enquanto o setor de veículos, peças e motocicletas contou com 902,9 mil ocupados. Hipermercados e supermercados lideraram em volume de pessoal, com crescimento de 30,6% em dez anos. Já o comércio de produtos farmacêuticos, perfumaria e artigos médicos teve alta de 21,3% no mesmo período.
Alguns segmentos do varejo apresentaram queda na ocupação desde 2014. O setor de tecidos, vestuário, calçados e armarinho perdeu 332,9 mil trabalhadores (-24,6%). Informática, comunicação e artigos de uso doméstico tiveram redução de 136,5 mil (-13,1%), e produtos alimentícios, bebidas e fumo recuaram 118,9 mil (-9,4%). No atacado, o segmento de alimentos, bebidas e fumo teve aumento de 9,2%, com mais 39,3 mil empregados.
O atacado respondeu por 49,7% da receita total do comércio, seguido pelo varejo (41,2%) e pelo setor de veículos, peças e motocicletas (9,1%). O comércio atacadista de combustíveis e lubrificantes foi o mais representativo, com 11,8% da receita líquida. O salário médio no comércio foi de dois salários mínimos, com o atacado pagando 2,9, o setor de veículos 2,1 e o varejo 1,7. As maiores médias salariais foram registradas no atacado de combustíveis (4,6 salários mínimos) e de máquinas e equipamentos (4,3).
O número de empresas com vendas online cresceu 97,6% entre 2019 e 2023, passando de 1,9 mil para 3,7 mil. A receita bruta do varejo via internet subiu de 5,3% para 8,8% nesse período. Os segmentos com maior participação nas vendas online foram informática e comunicação (38,5%), material de construção (17,6%) e vestuário (15,9%). Regionalmente, o Sudeste liderou com 48,9% da receita bruta, seguido pelo Sul (20,9%) e Centro-Oeste (11,4%). São Paulo manteve a liderança entre os estados, com 29,2% da receita.