A formação de maioria no Supremo Tribunal Federal (STF) pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado gerou ampla repercussão na imprensa internacional. Diversos veículos destacaram o caráter histórico da decisão, que envolve também outros sete réus apontados como integrantes da organização que teria articulado a trama golpista após as eleições de 2022.
A agência Reuters classificou Bolsonaro como o primeiro ex-presidente brasileiro condenado por atentado à democracia, ressaltando que o julgamento não foi unânime e que o voto divergente do ministro Luiz Fux pode abrir espaço para contestações. O The Guardian afirmou que Bolsonaro poderá enfrentar décadas de prisão por liderar uma conspiração criminosa, destacando o voto da ministra Cármen Lúcia como decisivo para o resultado.
Nos Estados Unidos, o Washington Post apontou que a condenação pode representar um ponto de virada para o Brasil, enquanto o Wall Street Journal avaliou que o caso pode inflamar a disputa política entre o presidente norte-americano Donald Trump e o presidente brasileiro Lula. O jornal também relembrou que Trump impôs tarifas de 50% contra o Brasil em resposta ao que chamou de perseguição política contra Bolsonaro.
A Bloomberg enfatizou que Bolsonaro acusa o STF de perseguição e mencionou a possibilidade de apresentação de embargos pela defesa. A agência também citou um projeto de lei de anistia que poderia beneficiar o ex-presidente, embora o Senado tenha demonstrado resistência à proposta.
O The Economist relembrou uma declaração de Bolsonaro feita em 2022, na qual ele afirmava que não seria preso mesmo se perdesse a eleição. Segundo o veículo, o julgamento mostrou que essa previsão estava equivocada. Já o El País destacou que o Brasil deu um passo importante contra a impunidade, mesmo sob pressão internacional.
A BBC explicou que o plano golpista culminou nos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, e que a maioria dos ministros do STF considerou Bolsonaro culpado por liderar a tentativa de manter-se no poder. O jornal argentino Clarín afirmou que o ex-presidente pode ser condenado a até 40 anos de prisão e classificou o julgamento como o mais relevante da história recente do país.
