Conheça os motivos que levaram EUA e Europa a proibirem a dipirona

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Imagem: Divulgação

Embora seja amplamente utilizada no Brasil como analgésico e antitérmico, a dipirona (ou metamizol) é proibida em países como os Estados Unidos e diversas nações da Europa. O motivo está relacionado ao risco de agranulocitose, uma condição rara e grave que leva à queda acentuada dos glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do organismo contra infecções.

A substância está ausente da lista de medicamentos aprovados pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora norte-americana, desde a década de 1970. Países como Reino Unido, Alemanha, Suécia e Estados Unidos baniram o uso após relatos de reações adversas em pacientes. No entanto, países como Brasil, Espanha, México e Rússia mantêm o uso regulado.

Utilização e popularidade no Brasil

No Brasil, a dipirona é encontrada em versões de uso oral, injetável e supositório, sendo vendida tanto sob prescrição quanto em produtos de balcão, a depender da formulação. A substância é considerada eficiente para dores moderadas, febre e pós-operatórios, sendo prescrita por profissionais da rede pública e privada.

Segundo dados da indústria farmacêutica, ela está entre os medicamentos mais comercializados no país, presente em marcas como Novalgina, Maxalgina e similares.

Estudos sobre segurança

Diversos estudos internacionais apontam que a incidência de agranulocitose provocada pela dipirona é baixa, especialmente em populações que a utilizam há décadas. No Brasil, não há campanha nacional contra o uso, e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permite a comercialização sob regulamentação.

Especialistas apontam que o risco pode estar relacionado a variabilidade genética, com maior prevalência de efeitos adversos em alguns grupos populacionais europeus. Ainda assim, agências reguladoras desses países mantêm a restrição por precaução.

Diferenças nas políticas regulatórias

A divergência sobre o uso da dipirona revela diferenças nas políticas de saúde pública e na avaliação de risco-benefício entre países. Enquanto alguns optam por eliminar qualquer substância associada a efeitos graves, outros mantêm a liberação com monitoramento médico e farmacovigilância ativa.

No Brasil, médicos continuam a recomendar a dipirona em casos comuns de febre e dor, especialmente quando outros medicamentos como paracetamol ou ibuprofeno não oferecem resposta adequada.

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