A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) avalia convocar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ex-presidentes da República para prestar esclarecimentos. O relator Alfredo Gaspar e o presidente da comissão, senador Carlos Viana, afirmaram que não haverá blindagem a autoridades e que “ninguém será poupado” caso haja indícios de envolvimento.
A CPMI apura irregularidades em descontos aplicados a aposentados e pensionistas, com foco em contratos firmados entre o INSS e entidades privadas. Um dos alvos é o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), que teria arrecadado R$ 259 milhões por meio de cobranças indevidas. O vice-presidente da entidade, José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico e irmão de Lula, também pode ser convocado.
Os parlamentares destacaram que a investigação seguirá critérios técnicos e cronograma definido, evitando exposição de pessoas sem vínculo direto com os fatos. A comissão recebeu apoio do ministro André Mendonça, relator dos inquéritos sobre o caso no Supremo Tribunal Federal, que se comprometeu a compartilhar provas não sigilosas já concluídas pela Polícia Federal.
A CPMI foi instalada com maioria da oposição e pretende realizar uma varredura em contratos e práticas adotadas desde o governo Dilma Rousseff até o atual mandato. A expectativa é que os primeiros depoimentos ocorram nas próximas semanas, com foco em dirigentes de entidades conveniadas e ex-servidores do INSS.