Crise de hospedagem ameaça realização da COP30 em Belém

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Cidade de Belém - Foto: Augusto Miranda / Agência Pará

A realização da COP30 em Belém, marcada para novembro, enfrenta forte pressão internacional devido à crise de hospedagem na cidade. Delegações de países em desenvolvimento, especialmente da África, alegam que os preços cobrados por hotéis e acomodações temporárias são excessivos, chegando a até 10 vezes o valor habitual. A situação gerou ameaças de boicote e pedidos para que o Brasil considere outra sede para o evento.

Governo propõe alternativas emergenciais

Diante da insatisfação, o governo brasileiro busca soluções para ampliar a oferta de hospedagem. Entre as alternativas estão:

  • Reformas em escolas públicas
  • Utilização de motéis e vilas militares
  • Aluguéis por temporada via plataformas digitais
  • Conjuntos habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida
  • Acomodação em navios, com prioridade para países em desenvolvimento

O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP em Belém, reconheceu o problema e afirmou que negociações estão em curso com o setor hoteleiro. Uma nova reunião internacional está marcada para 11 de agosto, com foco na crise de hospedagem. Richard Muyungi, líder do Grupo Africano de Negociadores, declarou que a situação é vista como “insensível” e que muitas delegações não poderão participar caso os preços não sejam revistos.

Apesar das críticas, o governo brasileiro mantém a escolha de Belém como sede da COP30, destacando o simbolismo de realizar o evento na Amazônia. A conferência será a primeira do tipo na região, reforçando o compromisso com uma transição climática justa e inclusiva. No entanto, telegramas diplomáticos revelam preocupações de países como China, Alemanha, Reino Unido e Noruega sobre a infraestrutura local.

Levantamentos indicam que o custo total de locação de imóveis em Belém pode ultrapassar R$ 2,2 milhões durante o período da COP. Em cidades vizinhas, como Ananindeua, os valores chegam a R$ 600 mil. A falta de controle sobre os preços e a escassez de opções acessíveis colocam em risco a participação de diversas delegações e a própria realização do evento.

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