Uma pesquisa do instituto Datafolha, divulgada nesta terça-feira (17 de junho), revelou que 76% dos brasileiros se opõem ao aumento do número de deputados federais de 513 para 531. A proposta já foi aprovada na Câmara e segue para votação no Senado, onde enfrenta resistência.
O levantamento, realizado nos dias 10 e 11 de junho, entrevistou 2.004 pessoas com 16 anos ou mais. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Resultados da pesquisa
Os números da pesquisa Datafolha indicam:
- Contra o aumento: 76%
- A favor: 20%
- Não sabem: 2%
- Indiferentes: 1%
A opinião pública reflete um sentimento de insatisfação com a ampliação dos gastos públicos, tema frequentemente debatido entre os parlamentares e a população.
O que está em jogo?
O projeto foi impulsionado pela Câmara dos Deputados, que busca aprovar o texto antes de 30 de junho, prazo estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para a adequação da composição da Casa às mudanças populacionais no país.
Inicialmente, a decisão do STF determinava que as 513 cadeiras existentes deveriam ser redistribuídas para refletir o crescimento populacional de alguns estados. Porém, o projeto votado pelos deputados ignora essa redistribuição e propõe a criação de 18 novas cadeiras, aumentando o total de parlamentares para 531.
O relator do projeto, deputado Damião Feliciano (União-PB), informou que o aumento do número de deputados terá impacto no orçamento público, com uma estimativa anual de R$ 64,6 milhões.
Apesar da defesa do projeto por alguns parlamentares, setores do Senado demonstram resistência, argumentando que a ampliação do número de deputados aumentará os custos da administração pública em um momento econômico delicado.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), garantiu que os recursos para cobrir os custos já estão previstos no orçamento da Casa, minimizando as preocupações sobre impacto financeiro.
Já o senador Davi Alcolumbre, que apoia a análise do texto, defendeu que não haverá impacto significativo nas contas públicas caso a medida seja aprovada.
O projeto segue para votação no Senado, onde precisará ser aprovado antes do prazo de 30 de junho para garantir sua implementação sem questionamentos jurídicos. A expectativa é que o debate sobre a proposta se intensifique nos próximos dias, com pressão por ajustes ou rejeição do texto.
Fonte: Redação