Os advogados de Jair Bolsonaro, Celso Vilardi e Paulo Amador da Cunha Bueno, se manifestaram publicamente após a condenação do ex-presidente pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). A equipe jurídica classificou as penas impostas como “absurdamente excessivas e desproporcionais” e anunciou que pretende recorrer da decisão, inclusive em instâncias internacionais, após a publicação oficial do acórdão.
Bolsonaro foi sentenciado a 27 anos e 3 meses de prisão em regime fechado, a maior pena entre os oito condenados, por ter sido considerado o líder da articulação golpista. A condenação abrange cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado ao patrimônio da União e deterioração de bem tombado.
Em nota, os advogados afirmaram que respeitam a decisão do STF, mas expressaram “profunda discordância e indignação” quanto aos fundamentos adotados. A defesa sustenta que Bolsonaro não participou de qualquer plano para romper a ordem democrática e que não teve envolvimento nos atos ocorridos em 8 de janeiro. Também argumenta que o julgamento deveria ter ocorrido na primeira instância ou, alternativamente, pelo Pleno do Supremo, e não por uma das turmas.
Outro ponto levantado pela defesa foi a alegada falta de tempo hábil para análise completa das provas, o que, segundo os advogados, teria comprometido o direito à ampla defesa. A equipe jurídica reafirmou que continuará sustentando a inocência do ex-presidente e que tomará todas as medidas legais cabíveis para reverter a sentença.