Durante sessão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira (3), a defesa do general Augusto Heleno afirmou que o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional não participou de qualquer articulação golpista e se afastou do ex-presidente Jair Bolsonaro ainda durante o mandato. A sustentação oral foi apresentada no julgamento que apura tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
O advogado Matheus Milanez declarou que Heleno não mantinha reuniões com Bolsonaro após sua filiação ao Partido Liberal e que houve redução significativa da influência do general no Palácio do Planalto. Como evidência, foram citados testemunhos de servidores do GSI e anotações pessoais do militar, incluindo uma recomendação para que o presidente tomasse a vacina contra a covid-19.
A defesa contestou o uso de uma agenda particular como prova de envolvimento, alegando que o documento foi manipulado e que não há registros de conversas entre Heleno e outros réus sobre planejamento ou execução de ações golpistas. Milanez também rebateu a interpretação de uma fala do general em reunião ministerial, afirmando que o conteúdo tinha conotação legalista e não conspiratória.
O julgamento segue com as sustentações dos demais acusados, entre eles Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto. A Corte reservou oito sessões para análise do caso, com previsão de sentença até o dia 12 de setembro.