Delegado preso no caso Marielle tenta transferência para o Rio

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Delegado Rivaldo Barbosa, acusado de ser o mentor do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes • Fernando Frazão/Agência Brasil

Preso preventivamente em presídio de segurança máxima há mais de um ano, o delegado Rivaldo Barbosa — acusado de comandar o plano que resultou no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes — solicitou à Justiça a transferência para uma unidade prisional no Rio de Janeiro. A mudança, se aprovada, tiraria o acusado do isolamento de Mossoró (RN), distante cerca de 2.500 quilômetros da capital fluminense, onde vive sua família.

O pedido, apresentado após a fase de instrução criminal, se apoia na tese de que Rivaldo não ofereceu risco ao processo ou à ordem pública durante o período de detenção. Seus advogados alegam que a distância da família impõe prejuízos emocionais e financeiros, e que o direito à convivência familiar deve ser preservado, mesmo diante da gravidade das acusações.

O processo, no entanto, envolve mais do que logística penitenciária. Segundo as investigações, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio teria atuado em conluio com parlamentares para desviar o curso da apuração, manipular provas e proteger os autores intelectuais do crime. Além da prisão, Barbosa enfrenta bloqueio de bens, contas bancárias e ativos financeiros.

O Supremo Tribunal Federal avaliará se autoriza ou não a transferência. A decisão pode indicar não apenas o futuro do acusado, mas os limites da equidade entre réus com diferentes perfis sociais, mesmo diante de crimes que abalam a democracia.

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