Depressão na meia-idade dobra risco de demência

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Imagem: Divulgação

Uma nova análise científica internacional reacende o alerta sobre os impactos duradouros da depressão no cérebro. O estudo, publicado em uma revista médica britânica, revela que o transtorno, quando manifestado na meia-idade ou na velhice, pode dobrar o risco de demência nos anos seguintes. A descoberta reforça a urgência de tratar a saúde mental como parte essencial da prevenção de doenças neurodegenerativas.

Do sofrimento emocional à degeneração neurológica

Os cientistas analisaram dezenas de estudos anteriores por meio de uma meta-análise e revisaram bancos de dados internacionais para entender a ligação entre depressão e demência. A pesquisa apontou que a depressão crônica pode estar ligada a alterações químicas e estruturais no cérebro, como inflamações, disfunções hormonais, problemas vasculares e diminuição de fatores neuroprotetores — todos elementos associados ao declínio cognitivo.

Além disso, especialistas sugerem que o sofrimento emocional prolongado pode não apenas ser um fator de risco, mas também um sinal precoce do próprio surgimento da demência, confundindo diagnósticos e retardando intervenções.

Atenção aos primeiros sinais: por que o tempo importa

Os pesquisadores destacaram que tanto a depressão iniciada na meia-idade (dos 40 aos 59 anos) quanto aquela que aparece após os 60 têm um impacto considerável no aumento do risco. A diferença é que, nos mais velhos, a depressão pode ser também um sintoma inicial da demência. Isso torna ainda mais urgente o diagnóstico precoce e o acompanhamento contínuo de pacientes idosos com sintomas depressivos.

Saúde mental como estratégia de proteção cerebral

O estudo propõe que o tratamento da depressão deve deixar de ser visto apenas como um cuidado com o bem-estar emocional e passar a ser tratado também como estratégia preventiva de saúde cerebral. Isso inclui não só o uso de antidepressivos, mas também intervenções psicossociais, atividade física, controle do estresse e conexões sociais, que podem proteger o cérebro contra o envelhecimento precoce.

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