Deputado pede prisão preventiva de Bolsonaro por possível fuga aos EUA

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Rogério Correia (PT-MG) - Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) apresentou nesta quinta-feira (10) um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o ministro Alexandre de Moraes determine a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A solicitação se baseia no risco de fuga, agravado por recentes declarações do presidente norte-americano Donald Trump, que sugerem apoio ao ex-mandatário brasileiro.

No requerimento, Correia afirma que Trump estaria “preparando uma narrativa internacional para justificar um eventual pedido de asilo político” por parte de Bolsonaro. O ex-presidente já é réu por envolvimento na tentativa de golpe de Estado, investigado por crimes contra a ordem democrática.

Na quarta-feira (9), Trump divulgou uma carta em que anuncia a aplicação de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e critica o julgamento de Bolsonaro no STF. No documento, o líder norte-americano chama o processo de “caça às bruxas” e defende que ele seja encerrado imediatamente.

A mensagem provocou reações no meio político e foi interpretada por aliados de Lula como uma tentativa de ingerência externa. Rogério Correia argumenta que o conteúdo fortalece a hipótese de fuga de Bolsonaro, que, para solicitar asilo nos EUA, precisaria estar em território americano o que é atualmente impedido, já que o ex-presidente teve o passaporte apreendido pela Polícia Federal em fevereiro de 2024.

Outros nomes citados no pedido

O deputado também mencionou Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carla Zambelli (PL-SP) como figuras envolvidas em articulações com o governo Trump:

  • Eduardo está nos Estados Unidos desde fevereiro, sob licença da Câmara, e é alvo de investigação por tentativa de influenciar decisões externas contra instituições brasileiras.
  • A Polícia Federal pediu a prorrogação do inquérito por mais 60 dias, com aval de Moraes.
  • Carla Zambelli foi condenada a dez anos de prisão pelo STF por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça e é considerada foragida, atualmente localizada na Itália.

O STF ainda não se pronunciou sobre o pedido de Correia. Segundo juristas consultados, a concessão da prisão preventiva dependerá da avaliação de indícios concretos de risco à ordem pública, à aplicação da lei penal e à instrução criminal.

No documento, Correia alega que existem provas robustas da participação de Bolsonaro em ações contra o regime democrático e que a liberdade do ex-presidente representa uma ameaça à investigação em curso.

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