O deputado federal Luciano Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara dos Deputados, acompanhou presencialmente parte da sessão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que julga o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado. Ao deixar o plenário nesta terça-feira (9), enquanto o relator Alexandre de Moraes ainda lia seu voto, Zucco fez declarações públicas sobre o comportamento do ministro.
Segundo o parlamentar, Moraes demonstrou expressões de “prazer, raiva e indignação” ao apresentar seu voto, sugerindo que um especialista em psicologia poderia identificar essas emoções na fala do magistrado. Zucco também ironizou o tempo dedicado pelo relator à análise das provas, mencionando os 70 terabytes de arquivos reunidos pela Polícia Federal. Ele questionou a exigência de que os advogados dos réus tivessem compreendido todo o conteúdo em apenas quatro meses.
Em sua fala, Zucco criticou o uso de depoimentos de pessoas envolvidas nos atos de 8 de janeiro como evidência de uma organização criminosa. Ele citou casos específicos, como o de uma mulher de 74 anos e outra conhecida como “Débora do batom”, alegando que essas figuras não tinham estrutura institucional, armamento ou apoio militar, e mesmo assim foram incluídas como parte da narrativa acusatória.
O deputado classificou o julgamento como uma “encenação” e afirmou que a condenação dos réus já estaria definida, sem garantia de ampla defesa ou respeito ao devido processo legal. Ele também acusou ministros da Corte de parcialidade, mencionando vínculos políticos e pessoais com o presidente Lula.
Apesar de prever a condenação, Zucco expressou expectativa quanto ao voto do ministro Luiz Fux, que divergiu de Moraes em momentos da sessão. Segundo o parlamentar, há esperança de que Fux peça mais tempo para análise das defesas, diante da complexidade do processo.
A sessão desta terça está prevista para se estender até as 19h, com continuidade ao longo da semana. Os próximos votos serão dos ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma.