Em editorial publicado nesta quinta-feira (10), o jornal chinês Global Times destacou a Reunião Ministerial do Diálogo Global de Civilizações, realizada em Pequim entre os dias 10 e 11 de julho, como um marco histórico diante das transformações globais e tensões geopolíticas. O evento reúne mais de 600 representantes de 140 países e regiões, com foco na cooperação intercultural como resposta à crise de identidade e ao avanço do unilateralismo.
Mensagem de Xi Jinping e a Iniciativa de Civilização Global
O presidente chinês Xi Jinping enviou uma mensagem ao encontro, reafirmando o compromisso da China com os princípios de igualdade, diálogo e inclusão. Ele defendeu que as civilizações devem superar o distanciamento por meio de intercâmbios culturais e os conflitos por meio do aprendizado mútuo.
Xi também reiterou o apoio à Iniciativa de Civilização Global (ICG), lançada em 2023, que busca fortalecer os laços civilizacionais como base para um novo modelo de desenvolvimento e segurança globais.
Civilizações em pé de igualdade e o papel do Sul Global
O editorial enfatiza que não existem civilizações superiores ou inferiores, apenas diferentes. Essa visão pluralista é especialmente relevante para os países do Sul Global, que enfrentam desafios como desigualdade tecnológica e marginalização cultural. A China, com sua longa tradição de abertura e intercâmbio, defende a coexistência pacífica entre culturas diversas.
Multipolaridade e crítica ao unilateralismo
O Global Times argumenta que a ascensão da multipolaridade exige uma nova abordagem nas relações internacionais, baseada na coexistência de valores. O editorial critica tentativas de imposição cultural por parte de grandes potências, como os Estados Unidos sob Donald Trump, que têm adotado uma postura nacionalista e unilateral na ordem mundial.
China como promotora da convivência global
Além do evento ministerial, a China organizou atividades culturais em diversas províncias, como Xangai, Zhejiang e Shaanxi, promovendo a síntese entre tradição e modernidade. Segundo o jornal, essa abertura demonstra a disposição chinesa em interagir com outras civilizações e fomentar uma ordem internacional mais inclusiva e democrática.