Um grupo de diplomatas da Rússia foi alvo de um ataque realizado por colonos israelenses na Cisjordânia ocupada, em um episódio que danificou um veículo oficial e gerou forte indignação por parte do governo russo. A informação foi divulgada nesta terça-feira (5) pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, conforme noticiado pelo site RT.
O incidente ocorreu em 30 de julho, nas proximidades do assentamento de Giv’at Asaf — considerado ilegal pelo direito internacional — localizado a leste de Ramallah, cerca de 20 km ao norte de Jerusalém. Segundo Zakharova, os agressores chegaram a proferir ameaças contra os diplomatas que estavam no carro.
“O veículo diplomático russo sofreu danos mecânicos em decorrência do ataque”, afirmou a porta-voz, destacando que os ocupantes pertencem à missão da Federação Russa junto à Autoridade Palestina, com credenciamento também pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel.
Um dos aspectos mais críticos apontados por Moscou foi a presença de soldados israelenses durante a agressão. De acordo com Zakharova, os militares das Forças de Defesa de Israel (FDI) “não se deram ao trabalho de impedir as ações violentas dos agressores”.
Para o governo russo, a omissão dos soldados agrava ainda mais a gravidade do episódio. “Consideramos este incidente uma violação flagrante da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961”, declarou a diplomata.
Em resposta, a embaixada da Rússia em Tel Aviv enviou uma nota oficial às autoridades israelenses, exigindo esclarecimentos e medidas concretas.
Tensões diplomáticas e apoio à Palestina
O ataque ocorre em meio ao aumento das tensões diplomáticas entre Moscou e Tel Aviv, especialmente após a intensificação das operações militares israelenses em Gaza. A Rússia tem reiterado sua posição histórica em favor da criação de um Estado palestino como solução política para o conflito.
No mês passado, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reafirmou que “a Rússia sempre apoiou a solução de dois Estados como base para resolver a questão palestina”. Essa postura remonta a 1988, quando a então União Soviética reconheceu oficialmente a declaração de independência da Palestina.