Dólar recua para R$ 5,56 em meio a ajustes no IOF e negociações entre EUA e China; Ibovespa também cai

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REUTERS/Dado Ruvic
REUTERS/Dado Ruvic

O dólar à vista fechou em queda nesta segunda-feira (9), refletindo tanto o recuo da moeda norte-americana no exterior quanto as expectativas em torno das medidas fiscais que o governo Lula pretende apresentar para substituir a alta do IOF. Além disso, o mercado segue atento às negociações comerciais entre Estados Unidos e China.

A moeda norte-americana caiu 0,13%, encerrando o dia cotada a R$ 5,5626 na venda. Na sexta-feira (6), já havia registrado uma baixa de 0,30%, fechando a R$ 5,5701 — o menor valor desde outubro de 2024.

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, também recuou, fechando com uma queda de 0,30%, a 135.699,38 pontos.

Mudanças no IOF e medidas fiscais

Na noite de domingo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um acordo com os líderes do Congresso para “recalibrar” o decreto que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no mês passado. Segundo ele, uma medida provisória será apresentada ainda nesta semana com propostas para compensar o novo decreto.

Entre as mudanças previstas na MP, estão:

  • Taxação de 5% sobre títulos que atualmente são isentos.
  • Maior tributação sobre apostas online (bets).
  • Ajuste nas alíquotas da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para instituições financeiras, eliminando benefícios para fintechs.

Além disso, Haddad afirmou que governo e Congresso concordaram em reduzir a carga de isenções fiscais em pelo menos 10% e revisar projetos de corte de gastos primários que já estão em tramitação no Legislativo.

A expectativa dos investidores ao longo da última semana girava em torno do resultado das reuniões entre membros do governo e parlamentares. O anúncio de Haddad e os sinais de maior articulação entre Executivo e Legislativo na pauta fiscal foram bem recebidos pelo mercado, gerando um clima de maior otimismo.

Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital, destacou que a comunicação do governo evoluiu positivamente: “No dia do anúncio da alta do IOF, veio junto com uma política de corte de gastos. O que deveria ter sido positivo acabou tendo o efeito contrário no mercado. Agora, com maior articulação com o Congresso e foco no equilíbrio fiscal, a reação tende a ser melhor.”

Cenário internacional

Apesar da melhora no ambiente doméstico, fatores externos ainda influenciam o desempenho do real. Os mercados globais aguardam os desdobramentos de uma reunião entre autoridades dos Estados Unidos e da China, que ocorre nesta segunda-feira em Londres.

O encontro busca retomar um acordo preliminar firmado no mês passado em Genebra, que reduziu temporariamente as tensões comerciais entre Washington e Pequim. Participam da reunião representantes dos EUA, incluindo o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o secretário de Comércio, Howard Lutnick, além do vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng.

O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, registrava leve queda de 0,04%, a 99,068 pontos.

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