Dólar recua pela 8ª sessão consecutiva e Ibovespa segue estável

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Nota de 100 dólares • Sam Mircovich/Reuters

O mercado financeiro brasileiro registrou mais um dia de cautela nesta terça-feira (29), com o dólar fechando em queda pela oitava sessão seguida, cotado a R$ 5,63. Enquanto isso, o Ibovespa manteve-se praticamente estável, com uma leve alta de 0,06%, atingindo 135.092,99 pontos, permanecendo nas máximas do ano.

Um dos fatores que influenciaram os mercados foi o anúncio da Casa Branca sobre a flexibilização das tarifas automotivas impostas pelo governo de Donald Trump. O decreto, que será assinado ainda hoje, reduzirá o impacto das taxas sobre peças estrangeiras utilizadas na fabricação de veículos nos Estados Unidos. Além disso, importadores não precisarão pagar tarifas acumuladas sobre carros e materiais usados na produção.

A medida foi bem recebida pelos investidores, que enxergam um possível alívio nas tensões comerciais e uma maior previsibilidade para o setor automotivo global.

Declarações do Banco Central

No Brasil, as atenções se voltaram para as declarações do presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, durante uma coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF). Galípolo afirmou que não há desconforto com a meta de inflação de 3%, que possui um intervalo de tolerância de até 4,5%.

Segundo ele, a meta brasileira está alinhada com padrões internacionais e reflete a necessidade de cautela diante de um ambiente econômico desafiador. O Boletim Focus, divulgado na segunda-feira (28), projeta que a inflação encerrará 2025 em 5,5%, acima da meta estipulada.

Galípolo destacou três pontos principais para justificar a extensão do ciclo de aperto monetário:

  1. Desafios da inflação, que exigem medidas contínuas de controle.
  2. Monitoramento dos efeitos das políticas já implementadas, para avaliar seu impacto ao longo do tempo.
  3. Ambiente de incertezas, que demanda flexibilidade e prudência na condução da política econômica.

Com a aproximação da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), investidores seguem atentos às possíveis decisões sobre os juros. A expectativa é que o BC mantenha uma postura cautelosa, considerando os desafios inflacionários e o cenário global.

Além disso, a flexibilização das tarifas nos EUA pode impactar positivamente o comércio internacional, trazendo reflexos para o Brasil. No entanto, especialistas alertam que a estabilidade do câmbio e da bolsa dependerá da evolução dos indicadores econômicos e da confiança do mercado.

Fonte: Redação

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