O dólar comercial registrou alta de 0,86% nesta terça-feira (19), sendo cotado a R$ 5,4813 por volta das 11h45. A valorização da moeda norte-americana ocorreu após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, que proibiu a aplicação automática de sanções estrangeiras no Brasil. Segundo o magistrado, bloqueios de ativos, cancelamentos de contratos e outras medidas só podem ser executados com autorização expressa do STF.
No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, apresentava queda de 1,85%, atingindo 134.777 pontos. O desempenho negativo foi puxado por ações de grandes bancos, que reagiram à percepção de risco jurídico e diplomático. Entre os principais recuos estavam Banco do Brasil (-3,84%), Bradesco (-2,87%), BTG Pactual (-2,71%), Itaú (-2,46%) e Santander (-3,37%).
A decisão do STF ocorre em meio à repercussão da aplicação da Lei Magnitsky pelos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes. A legislação norte-americana permite sanções financeiras a indivíduos acusados de violar direitos humanos. O mercado avalia que a medida pode gerar tensões diplomáticas entre os dois países, afetando o ambiente de negócios e investimentos.
Investidores também acompanham os desdobramentos da reunião entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder ucraniano Volodymyr Zelensky, realizada na Casa Branca. Trump indicou que pretende organizar um encontro trilateral com Zelensky e o presidente russo Vladimir Putin para discutir um possível acordo de paz. A Rússia sinalizou abertura para negociações, segundo declaração do chanceler Sergei Lavrov.
Nos Estados Unidos, o mercado aguarda o discurso de Michelle W. Bowman, integrante do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), sobre as projeções econômicas do Federal Reserve. Também serão divulgados dados sobre construção residencial e estoques de petróleo, que podem influenciar os próximos movimentos da política monetária norte-americana.