Durante acareação no Supremo Tribunal Federal (STF), realizada nesta terça-feira (24), o general Freire Gomes afirmou que alertou o então presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre as consequências jurídicas de um eventual decreto que previsse medidas de exceção. Ele negou ter dado ordem de prisão a Bolsonaro, mas confirmou que o aconselhou a considerar os desdobramentos legais da proposta.
A conversa, segundo o general, aconteceu durante discussões sobre possíveis ações institucionais após as eleições de 2022. Freire Gomes teria dito a Bolsonaro que “deveria pensar no dia seguinte”, explicando que medidas dessa natureza poderiam desencadear uma cadeia de reações legais e institucionais.
Após a advertência, segundo o depoimento registrado na ata da acareação, Bolsonaro concordou com a avaliação e não voltou a tocar no assunto. A sessão também contou com a presença do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.
As declarações do general Freire Gomes ocorrem em meio à investigação sobre supostos planos golpistas para reverter o resultado eleitoral. O caso é acompanhado de perto por autoridades e pode ter implicações relevantes para o inquérito que apura eventual tentativa de ruptura institucional.