Uma operação conjunta da Polícia Federal e do Ministério Público de São Paulo prendeu nesta quarta-feira (25) dois investigadores da Polícia Civil e um empresário acusados de participar de um esquema criminoso de vazamento de informações confidenciais com o objetivo de favorecer investigados, mediante pagamento de propina.
Os presos foram identificados como o empresário e ex-piloto de Fórmula Truck Roberval de Andrade, e os investigadores Sérgio Ricardo Ribeiro e Marcelo “Bombom” Marques de Souza — este último sendo alvo de sua terceira prisão. Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos em São Paulo, região metropolitana e litoral, totalizando nove ordens judiciais.
Durante as ações, os agentes federais apreenderam armas, dinheiro em espécie, um helicóptero e um carro de luxo — este último, de propriedade do filho de um dos investigados, advogado criminalista. A aeronave, envolvida em uma tentativa de restituição ilegal, deu nome à operação: Operação Augusta.
O caso é desdobramento da Operação Tacitus, deflagrada no ano anterior, após a delação de Vinicius Gritzbach, apontado como colaborador do Primeiro Comando da Capital (PCC) e executado em 2024. O conteúdo extraído do celular de Marcelo Bombom teria revelado provas do envolvimento dos agentes públicos no esquema.
Entre as irregularidades apontadas estão: arquivamento indevido de inquéritos, acesso e repasse não autorizado de informações sigilosas, apresentação de documentos falsos para justificar restituições de bens apreendidos, e advocacia administrativa — quando agentes públicos atuam em benefício de interesses privados.
Segundo a Polícia Federal, os crimes apurados incluem:
- Corrupção ativa e passiva
- Violação de sigilo funcional
- Quebra de sigilo bancário
- Advocacia administrativa
A operação foi conduzida com apoio da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo, Polícia Militar e do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Os investigadores afirmam que o inquérito segue sob sigilo e novas ações não estão descartadas.
Até o momento, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo não se manifestou oficialmente sobre o caso.