A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) se pronunciou neste domingo (15 de junho) sobre sua interação com o rapper Oruam, reconhecendo que errou no tom ao sugerir que o artista iniciasse uma militância política. Em um vídeo publicado nas redes sociais, Hilton afirmou que seu objetivo era abrir um canal de diálogo, mas admitiu que ignorou problemáticas e complexidades envolvendo Oruam.
A origem da polêmica
A polêmica começou quando, nos comentários de uma publicação, um seguidor sugeriu que Oruam se organizasse politicamente. O rapper replicou a mensagem perguntando o que precisava fazer para militar, e foi respondido por Erika Hilton e outras personalidades de esquerda, como o ativista Paulo Galo e o historiador Jones Manoel.
Hilton sugeriu ao cantor formas de se engajar em coletivos políticos, chegando a afirmar: “Se quiser construir junto, tô por aqui.”
No entanto, a interação gerou críticas nas redes sociais, já que Oruam é frequentemente associado a canções que fazem apologia ao crime, como Faixa de Gaza, de MC Orelha, que menciona a facção criminosa Comando Vermelho.
Reação de Oruam e defesa contra acusações
Diante da repercussão, Oruam afirmou que a polêmica foi uma tentativa de difamação e negou que suas músicas façam apologia ao crime. Segundo ele, a acusação é um “mito que virou verdade” após ser repetida inúmeras vezes nas redes sociais.
“De tanto me associarem a facções criminosas, todo mundo acredita que isso seja verdade.” — declarou o rapper.
Oruam também enfrentou problemas com a Justiça em fevereiro, quando foi preso duas vezes em menos de uma semana. A primeira detenção ocorreu após o cantor realizar manobras perigosas na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Após pagar fiança, ele foi liberado, mas voltou a ser preso seis dias depois por dar abrigo a um foragido da Justiça.
Projeto de lei Anti-Oruam
O nome do rapper também esteve envolvido na política de forma indireta, quando integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) batizaram um projeto de lei como “Lei Anti-Oruam”, visando proibir o poder público de contratar artistas que façam apologia ao crime e ao uso de drogas.
A proposta foi apresentada na Câmara Municipal de São Paulo pela vereadora Amanda Vettorazzo (União Brasil) e na Câmara dos Deputados pelo deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP), ambos membros do MBL. Desde então, mais de 50 câmaras legislativas pelo país protocolaram propostas semelhantes.
O caso segue gerando debate entre diferentes setores da sociedade, envolvendo política, cultura e liberdade de expressão.