Estudantes de ensino integral têm desempenho superior no Enem 2024

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Especialista aponta principais desafios para a consolidação da política de ampliação do ensino integral no Brasil • Wilson Dias/Agência Brasil

Levantamento nacional com base nos microdados do Enem 2024 revelou que alunos matriculados em escolas públicas de Ensino Médio Integral (EMI) obtiveram notas mais altas em todas as áreas avaliadas, com destaque para a prova de redação. A diferença média foi de 12 pontos em relação aos estudantes de turno parcial, chegando a 27 pontos em unidades com 100% das matrículas em tempo integral.

O modelo de EMI exige carga horária mínima de sete horas diárias ou 35 horas semanais. Estados do Nordeste lideram em proporção de matrículas nessa modalidade, com destaque para Pernambuco (69,6%), Ceará (54,6%) e Paraíba (54,5%). Nessas regiões, a média geral dos alunos de ensino integral superou em 18 pontos a dos estudantes de meio período. Na redação, a vantagem chegou a 48 pontos.

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No Ceará, entre as 100 escolas com maiores notas no Enem, 98 adotam o modelo integral. Em Pernambuco, são 89. A performance dos estudantes dessas redes é atribuída à consolidação do modelo, com planejamento pedagógico contínuo, formação docente e prioridade política ao longo dos anos.

Outro estudo, realizado entre 2017 e 2019, apontou que alunos de EMI têm 16,5% mais participação no Enem e desempenho superior, especialmente na redação, com média 29 pontos acima dos demais. Além da aprendizagem, pesquisas indicam que o modelo contribui para maior acesso ao ensino superior, melhores condições de empregabilidade e redução de indicadores sociais negativos, como violência e gravidez precoce.

Apesar do avanço, o Brasil ainda não atingiu a meta do Plano Nacional de Educação, que previa 25% das matrículas da educação básica em tempo integral até 2024. Atualmente, o índice está em 22,9%. No Ensino Médio, o percentual subiu de 14,1% em 2020 para 24,2% em 2024.

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