Estudo aponta alta incidência de HPV de risco entre pessoas trans

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Foto: Arte Ministério da Saúde

Dados preliminares de uma pesquisa realizada em centros de referência no Rio de Janeiro e em São Paulo indicam que 97,5% das infecções por HPV em pessoas transgênero são causadas por subtipos com alto potencial de evolução para câncer. A investigação, que já avaliou metade da amostra prevista de 300 participantes, revelou prevalência semelhante à média nacional, mas com proporção significativamente maior de variantes oncogênicas.

A maioria dos casos foi identificada na região anal, embora também tenham sido detectadas infecções genitais, orais e cervicais. Os pesquisadores destacam que o rastreio do HPV anal ainda não é adotado como protocolo padrão, apesar da evidência de risco elevado. Atualmente, o único rastreamento sistemático ocorre para o câncer de colo do útero.

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A pesquisa também sugere que profissionais da saúde fora dos centros especializados frequentemente ignoram a necessidade de acompanhamento para HPV em pessoas trans. O estudo recomenda a inclusão dessa população nas políticas de vacinação e rastreamento, com exames específicos como a anuscopia e biópsia em casos de infecção por subtipos de alto risco.

A vacina contra o HPV é oferecida pelo Sistema Único de Saúde para pessoas entre 9 e 14 anos, além de grupos específicos como portadores de HIV e vítimas de violência sexual. Os autores do estudo defendem a ampliação do acesso para pessoas trans com maior exposição ao vírus.

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