Estudo indica que Parkinson pode ter origem nos rins

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Parkinson é segunda doença neurodegenerativa mais comum no mundo - Imagem: Divulgação

Pesquisadores da Universidade de Wuhan, na China, sugerem que a doença de Parkinson pode começar nos rins, desafiando o entendimento tradicional de que ela se origina no cérebro. O trabalho foi publicado na revista científica Nature Neuroscience e aponta que a proteína α-sinucleína, envolvida no desenvolvimento da doença, pode se acumular nos rins e posteriormente migrar para o sistema nervoso central.

Ao analisar amostras de pacientes com demência por corpos de Lewy e indivíduos com doença renal terminal, os cientistas detectaram depósitos da proteína α-sinucleína nos rins, mesmo na ausência de sintomas neurológicos. Em pessoas saudáveis, os rins eliminam essa proteína do sangue. Já em casos de insuficiência renal, o acúmulo pode favorecer a migração para o cérebro.

Em experimentos com camundongos, a injeção de fibrilas da proteína desencadeou danos cerebrais similares aos observados em pacientes com Parkinson. Animais modificados para não produzirem α-sinucleína no sangue apresentaram menor impacto cerebral, reforçando a hipótese de que a proteína pode chegar ao cérebro a partir do sistema circulatório.

Pesquisadores brasileiros consideram a descoberta promissora, mas alertam que os achados ainda são pré-clínicos. O estudo abre caminho para investigações futuras sobre tratamentos preventivos que impeçam a propagação da proteína do rim ao cérebro. Especialistas defendem a realização de ensaios clínicos e estudos epidemiológicos para confirmar as conclusões.

Caso a origem renal do Parkinson seja validada, a descoberta poderá impactar significativamente o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas e reformular a abordagem da medicina à doença.

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