O governo dos Estados Unidos estuda aplicar sanções tecnológicas ao Brasil, incluindo o bloqueio regional do sinal de GPS, como retaliação às investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida faz parte de um pacote de punições em discussão, ao lado do aumento da tarifa de importação para 100%, expulsão de diplomatas e aplicação da Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras.
O sistema GPS, operado por uma rede de 24 satélites gerenciada pelo Departamento de Defesa dos EUA, é utilizado globalmente para navegação, localização e serviços de mobilidade. Embora seja liberado para uso civil desde 2000, os norte-americanos mantêm capacidades técnicas para bloqueios seletivos. Um sistema conhecido como SA (Selective Availability) permitia desativar o sinal em áreas específicas, embora tenha sido oficialmente descontinuado com o lançamento da geração GPS III.
A possível suspensão do sinal impactaria setores como transportes, delivery, agricultura de precisão, turismo e serviços de informação em tempo real. Aplicativos de mobilidade urbana, geolocalização e logística dependem diretamente da tecnologia para operação e integração com sistemas de pagamento e entrega.
Especialistas apontam que, apesar da dificuldade jurídica e técnica para aplicar a medida, a ameaça reforça a escalada diplomática entre os dois países. O Brasil ainda avalia respostas via Organização Mundial do Comércio e intensificou consultas bilaterais para tentar reverter o ambiente de sanção.