Os Estados Unidos anunciaram que irão reduzir gradualmente o financiamento de programas militares voltados para países que fazem fronteira com a Rússia, como Estônia, Letônia e Lituânia. A decisão, revelada pelo Financial Times em 4 de setembro de 2025 com base em fontes do Pentágono, marca uma mudança significativa na política de segurança americana na Europa.
Segundo o jornal britânico, autoridades americanas informaram diplomatas europeus que não haverá mais recursos destinados ao treinamento e à compra de equipamentos para forças armadas do Leste Europeu. Os programas atuais, que precisam de aprovação do Congresso, estão previstos para terminar em setembro de 2026. Até o momento, o governo do presidente Donald Trump não solicitou verbas adicionais para manter essas iniciativas.
Um alto funcionário do governo dos EUA, não identificado, afirmou que a medida está alinhada com uma ordem executiva e com a política de Trump de incentivar os países europeus a assumirem maior responsabilidade pela própria segurança.
“Esta ação foi coordenada com os países europeus, de acordo com a ordem executiva e a ênfase do presidente em garantir que a Europa tome mais responsabilidade por sua própria defesa”, declarou ao Financial Times.
Entre 2018 e 2022, cerca de 29% dos US$ 1,6 bilhão destinados pelos EUA à segurança internacional foram direcionados à Europa. Com os cortes, centenas de milhões de dólares deixarão de ser investidos na região, afetando diretamente os países que compartilham fronteira com a Rússia.
A decisão ocorre em meio a esforços diplomáticos de Trump para encerrar a guerra na Ucrânia, iniciada em 2022, e reforça sua postura crítica em relação aos gastos militares americanos no exterior. A expectativa de Washington é que os países europeus intensifiquem sua atuação na defesa regional, diante da nova configuração geopolítica.
