EUA e China retomam negociações comerciais em Estocolmo com prazo apertado

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Foto: KEYSTONE/EDA/Martial Trezzini
Foto: KEYSTONE/EDA/Martial Trezzini

As principais autoridades econômicas dos Estados Unidos e da China se reuniram nesta segunda-feira (28) em Estocolmo para tentar avanç na resolução de disputas comerciais históricas entre as duas maiores economias do mundo. O objetivo é prorrogar a trégua vigente por mais três meses, em meio à ameaça de novas tarifas.

Representando os EUA, o chefe do Tesouro, Scott Bessent, chegou ao gabinete do primeiro-ministro sueco, onde também foi visto o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng. A China tem até o dia 12 de agosto para firmar um acordo tarifário estável com o governo do presidente Donald Trump, após negociações preliminares em maio e junho.

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Risco de escalada nas tarifas

Durante coletiva com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer na Escócia, Trump comentou as tratativas: “Gostaria que a China abrisse seu mercado. Estamos lidando com isso agora”. Sem acordo, as tarifas americanas podem voltar aos níveis de três dígitos, representando uma espécie de embargo bilateral e afetando seriamente as cadeias globais de suprimento.

O representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, que também participa das negociações, afirmou à CNBC não esperar avanços significativos na rodada de Estocolmo, mas destacou a importância de monitorar a implementação dos acordos anteriores e garantir o fluxo de minerais estratégicos entre os países.

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Conflitos mais profundos em pauta

As conversas vêm na esteira do recente acordo de Trump com a União Europeia, que estabeleceu uma tarifa de 15% sobre grande parte das exportações do bloco aos EUA. Já as negociações anteriores com a China, realizadas em Genebra e Londres, buscaram reduzir tarifas retaliatórias e restaurar o comércio de minerais de terras raras e produtos de alta tecnologia interrompido pelas medidas mútuas.

Apesar dos esforços, os diálogos ainda não abordaram os pontos econômicos mais sensíveis. Os EUA acusam o modelo estatal chinês de inundar o mercado com produtos baratos, enquanto a China critica os controles americanos sobre a exportação de tecnologia, considerando-os medidas para conter seu crescimento.

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Expectativa de reequilíbrio econômico

Scott Bessent sugeriu que a China deveria reequilibrar sua economia, diminuindo a dependência das exportações e aumentando o consumo interno — uma pauta antiga dos formuladores de políticas norte-americanos.

Segundo analistas, as tratativas entre Washington e Pequim são mais complexas que as com outros países asiáticos, e podem se estender por mais tempo. A hegemonia chinesa no mercado global de minerais de terras raras e ímãs — cruciais para a indústria bélica e automotiva — continua sendo um fator estratégico nas negociações.

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