EUA e China têm reunião “positiva” em meio a tensões comerciais

3 Min de leitura
Bandeira EUA e China - Imagem: Divulgação

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, e o principal diplomata da China, Wang Yi, realizaram uma reunião considerada “positiva e construtiva” nesta sexta-feira (11), durante o último dia das negociações da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), em Kuala Lumpur, Malásia. Foi o primeiro encontro presencial entre os representantes desde o retorno de Donald Trump à presidência dos EUA.

O encontro ocorre em meio a disputas bilaterais sobre comércio, Taiwan e influência regional. Segundo comunicado da chancelaria chinesa, os dois países concordaram em fortalecer canais diplomáticos, administrar diferenças e explorar áreas de cooperação futura. Rubio destacou que não se tratou de uma negociação formal, mas que houve avanços no diálogo:

“Saímos com a sensação de que há algumas áreas nas quais poderemos trabalhar juntos”, disse.

A reunião foi marcada por preocupações em relação às tarifas de importação anunciadas pelos EUA, que podem variar entre 20% e 50% para mais de 20 países, incluindo diversos membros da ASEAN. O grupo asiático classificou a medida como “contraproducente” e alertou para riscos ao crescimento regional, segundo comunicado conjunto divulgado ao fim do encontro.

Rubio tentou minimizar o impacto das tarifas, mencionando que alguns déficits comerciais são insustentáveis e precisam ser revistos. O Japão e a Coreia do Sul, aliados históricos dos Estados Unidos, também foram incluídos nas sanções tarifárias — com taxas de até 25% sobre produtos como automóveis, aço e alumínio.

O diplomata chinês Wang Yi criticou as tarifas, afirmando que elas representam uma tentativa de bloquear o direito ao desenvolvimento dos países asiáticos. A China defende a retomada de relações comerciais mais equilibradas e o respeito ao sistema multilateral de livre comércio.

Rubio revelou que há intenção de realizar um encontro entre Donald Trump e Xi Jinping, embora nenhuma data oficial tenha sido definida. Ambas as partes demonstraram desejo mútuo de realizar uma reunião presidencial, segundo informações obtidas após os diálogos bilaterais.

A tensão comercial entre Washington e Pequim se intensificou após o início da nova gestão republicana. Tarifas recíprocas já foram aplicadas, com a China elevando suas taxas sobre produtos americanos em até 125% durante o mês de maio. Um acordo temporário reduziu algumas dessas taxas, classificado como “reinicialização total” por Trump.

Apesar da aproximação diplomática, autoridades de defesa e comércio dos dois países ainda mantêm posições divergentes sobre Taiwan, segurança regional e influência estratégica no Sudeste Asiático.

Compartilhar